Recentes esforços para acabar com o programa OPT vêm sendo assunto nas mídias desde o ano passado. Ações de entidades e congressistas contrários à existência do programa têm preocupado estudantes estrangeiros em todo o país.
O Treinamento Prático Opcional (Optional Practical Training – OPT) dá permissão de trabalho automático a estrangeiros com visto F-1 que se graduarem ou pós-graduarem em faculdades nos EUA, permitindo que os alunos trabalhem até 12 meses durante ou após a conclusão dos estudos. Nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) a autorização de trabalho pode ser estendida por mais 24 meses.

Recentemente, um congressista republicano reuniu forças contra o OPT apresentando o projeto de lei Fairness for High-Skilled Americans Act (Lei da justiça para americanos altamente qualificados), que visa eliminar o programa sob o argumento de que ele prejudica as perspectivas de emprego para os americanos atuando nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática.
No último ano, um sindicato de trabalhadores de tecnologia chamado WashTech também ajuizou uma ação no Tribunal Distrital dos EUA, alegando que o Departamento de Segurança Interna (Department of Homeland Security – DHS) excedeu sua autoridade reguladora quando estabeleceu o OPT, argumentando se tratar de um programa de trabalhadores estrangeiros em larga escala sem aprovação do Congresso.
Em defesa do programa, universidades norte-americanas afirmam que o OPT é determinante tanto para a capacidade de os estabelecimentos de ensino no país atraírem estudantes internacionais quanto para a qualidade da educação que esses estudantes podem obter.
Dados do relatório Open Doors de 2019 confirmam a importância do programa para o país norte-americano. Apenas em 2018/2019, 223.085 alunos utilizaram-se do OPT no momento de obter experiência prática de trabalho após a graduação. Esse número significou um aumento de 9,6% em relação a 2017.
O OPT é frequentemente usado como um caminho para o visto H-1B, o visto de trabalho temporário em empregos que exigem habilidades especializadas. Os empregadores norte-americanos costumam contratar trabalhadores via OPT enquanto estes tentam a transição para o visto H-1B — uma categoria de visto que tem cota específica para quem se formou em faculdades nos Estados Unidos.
Pedro Drummond, advogado e sócio da Drummond Advisors, pontua “O fim do OPT seria catastrófico para estudantes estrangeiros, universidades americanas e o mercado de trabalho em geral. Estudantes brasileiros, por exemplo, teriam enorme dificuldade de se colocar no mercado americano após a conclusão de cursos nos EUA, já que o OPT serve como uma oportunidade de trabalho imediato, em que o estudante mostra serviço para o empregador e se candidata para um visto de trabalho no futuro. Com o cancelamento do programa, empresas perderiam milhares de funcionários e os canais de novos talentos seriam estreitados”.
Mesmo com o avanço de políticas que atingem negativamente o processo de imigração, os EUA continuam sendo um dos destinos mais procurados por estudantes internacionais. No ano acadêmico de 2018/2019, o país atingiu um recorde histórico, recebendo um total de 1.095.299 estudantes internacionais. “As universidades americanas estão entre as melhores do mundo. Não há dúvidas de que vale a pena investir em estudos nesse país”, afirmou Pedro Drummond.
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